Eu já sonhei em ser estilista
Antes de entrar na fase “tudo menos rosa”, eu era uma garota apaixonada por moda e roupas extravagantes. Minha mãe era assinante da revista Marie Claire e eu passava horas olhando os looks, os ensaios incríveis e as modelos que nunca foram parecidas comigo. A obsessão era tanta que eu guardava recortes de todas as roupas que eu considerava as mais estilosas em uma pasta. Eu cresci durante os anos 2000 então acho que dá para imaginar o que tinha naquela pasta. Talvez hoje eu já não achasse aquele compilado de recortes tão bonitos, mas até os 11 anos aquele era o meu mundinho e meu sonho.
A minha pasta de moda já não está mais comigo, após mudanças de cidades e casas ela se perdeu, mas tenho guardado na memória o entusiasmo que sentia quando estavque tenho hoje, eu seria a mais estilosa de todas.
Eu só não contava que aquelas revistas também modelariam a minha noção de beleza e que até hoje eu estaria tentando me encaixar no que as pessoas daquela época consideravam bonito. E, se você não sabe, o padrão daquela época era magro, bem magro, algo que eu nunca fui. Acabou que não ser daquele jeito por muito tempo era a única coisa em minha mente, mesmo quando me vestia do jeito que considerava legal, eu não conseguia ficar 100% feliz com a minha aparência. Por algum tempo eu perdi o entusiasmo.
Ter encontrado a motivação para me vestir do jeitinho que amo não foi tão fácil, construir a confiança e coragem para me sentir confortável em quem eu sou levou algum tempo. E não, eu não posso dizer que sou uma pessoa muito extravagante, mas ainda assim me pego tendo que me forçar a usar algo fora de casa. Me agarrar às inseguranças e pressões do passado foi um erro que espero nunca repetir, continuar lutando para viver feliz em meu corpo é um objetivo que sempre vai estar em minha mente daqui pra frente.
Hoje minha pasta de moda é digital e está no Pinterest, e confesso ser um pouco básica, mas tenho meus momentos de fantasia que são necessários para mim. Esse ensaio da 21, em que pudemos explorar nossa criatividade, me lembrou que é besteira se limitar a crenças estúpidas de padrões, nós podemos ser quem quisermos e nos vestir da forma mais modesta ou maluca que pudermos pensar.
Eu já sonhei em ser estilista e hoje, de uma forma diferente, eu sou um pouquinho estilista.
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