Espelho, espelho meu

Era por volta de 2012, ano em que uma garotinha de 13 anos, deitada na cama, folheando as páginas de uma revista, sonhava com o dia em que ela teria um corpo magro (e esbelto) tal qual o das revistas teen da época. Com essa vontade havia uma frustação: olhar-se no espelho e ver dobrinhas na barriga, tão distante daqueles corpos dos editoriais. Essa garota tem um nome específico, mas certamente várias outras de nomes distintos ansiavam pela mesma coisa. Nesse ínterim de 2005 a 2015, o que mais se via nas páginas de revistas femininas para adolescentes eram jovens com seus 55 cm de cintura, 49 cm de coxa e 87 cm de quadril, cabelos lisos e dourados e olhos claros. Desde a ascensão do corpo magro, por volta de 1960, até hoje, são imagens assim que prevalecem nas revistas femininas. Com isso, pode-se afirmar que essa característica encontra-se como um padrão de beleza historicamente demarcado. Bem sabemos que o que se vê nas revistas controla, até certo ponto, nossos desejos de ...