Não sou a garota com quem você se casa
Abro a pasta da revista 21 no meu computador e já me sobe aquele quê de adolescência. Talvez porque a gente sonhava com isso de tão tenra idade, talvez porque ainda temos esse ar de juventude envolvendo nossos dias e planos. E sempre acabo escrevendo sobre as coisas que eu queria dizer naquela época e não sabia como.
Engraçado é perceber que nossos eus adolescentes nunca vão nos deixar por completo. Tive uma fase de odiar filmes de romance, ouvir rock cristão e falar que nunca ia casar. Depois descobri os doramas, deixei de ler só distopias para jovens adultos e aceitei com prazer as indicações de livros de romance que a Kálita me enviava no Whatsapp.
Aceitei tanto essa nova parte de mim que agora escrevo uma lista dos meus filmes clichê favoritos. Algum dia explico o porquê de cada um, por hoje vocês vão ter que se contentar com essa belíssima lista para dias deprês. Segue:
Pride and Prejudice (2005), Love, Rosie (2014), You’ve Got Mail (1998), When Harry Met Sally (1989), Leap Year (2010), Flipped (2010), 27 Dresses (2008), She’s All That (1999), Pretty Woman (1990), The Before Trilogy (1995-2013), Made of Honor (2008), Nothing Serious (2021), A Lot Like Love (2005)
Acho que todo mundo passa pela fase de fingir não querer relacionamentos, ainda que por dentro a gente transformasse cada troca de olhares em uma fantasia digna de filme adolescente da Disney. E como os nossos eus adolescentes nunca morrem, às vezes continuo agindo pelos mesmos padrões. (Exceto que agora sou menos dodói da cabeça e corro pra ler um livro ou ver um dorama novo ao invés de passar horas stalkeando certos colírios on-line e inventando uma vida inteira com quem nunca me viu na vida)
Mas chega de falar da minha vida amorosa empacada. Esses dias eu esbarrei numa publicação no Instagram que indicava livros para quem tinha gostado do filme Como Perder um Homem em 10 Dias (2003). Não vou nem comentar o quanto esse filme é icônico nem a feiura gostosíssima do Matthew McConaughey.
O primeiro livro recomendado se chama Just My Type, da Falon Ballard, lançado em 2023. Ambos os protagonistas são escritores que acabam numa disputa meio "desafio nas redes sociais para atrair seguidores", com um deles tendo que aprender a não estar em um relacionamento e o outro justamente o contrário. Lana Parker escreve para uma coluna de relacionamento e acaba de sair de um, a la Elle Woods: ela acha que vai ser pedida em casamento quando o otário do namorado dela resolve acabar com tudo. As coisas pioram quando ela vai trabalhar no dia seguinte e descobre que o seu primeiro ex-namorado, a.k.a. primeiro grande amor da sua vida, agora é seu colega de trabalho. Seth Carson, o tal namorado do colegial, não tem P.O.V no livro, infelizmente, mas pelas palavras da Lana pode ser descrito como um jornalista muito foda e muito gostoso.
Comecei a ler Just My Type num domingo em que eu estava muito febril e, portanto, extremamente debilitada, então minha saúde pode ter contribuído bastante para eu chegar até o fim da história. Apesar de tudo, dei cinco estrelas no Skoob porque gostei que a protagonista realmente procurou uma terapia e tentou ser suficiente para si mesma antes de entrar num relacionamento novo.
O segundo livro se chama Not the Girl You Marry, da Andie J. Christopher, e promete falar sobre relacionamentos interraciais. O protagonista, Jack Nolan, é um jornalista irlandês gostoso que se apaixona à primeira vista pela protagonista. Ao contrário dela, ele teve vários relacionamentos sérios, mas sempre foi passado para trás por suas queridas. Ele recebe a missão de escrever sobre como perder uma garota, tipo um manual para caras do que não fazer se você está tentando entrar em um relacionamento decente. O problema é que ele gosta demais da Hannah pra tratar ela mal.
Hannah Mayfield é planejadora de eventos, ela é a tal da negra mestiça que sempre é sexualizada mas nunca levada em consideração como um relacionamento sério. Para conseguir cuidar de um casamento muito importante, ela precisa provar pra chefe dela que ela não tem medo de romance e está pronta para se aquietar com o cara certo: o tal do Jack Nolan.
O resto é história. Ele vai fazer de tudo pra perder ela e ela não vai estar nem aí porque está focando em ser promovida.
A premissa é legal, a leitura é fácil, bem livro cura-ressaca. Mas a autora, que também é uma mulher negra mestiça, me pareceu obcecada demais com relacionamentos interraciais, por isso não curti muito o livro. Dei três estrelas. Ainda indico se você curte esse tipo de história.
Sempre que me sinto meio desestimulada com a vida, eu procuro um romance bestinha para ler ou assistir. Algo que não vá me fazer pensar demais e, de preferência, com protagonistas muito bonitos e nada parecidos com a minha vida. Minha eu adolescente certamente cairia morta durinha se me visse hoje em dia. Mas acho que é isso, é difícil abandonar completamente as experiências femininas frequentemente associadas à adolescência e à imaturidade. Acreditar em romance é só mais uma delas.
Dessa vez troquei de lugar com a Kálita e resolvi escrever sobre os romances que eu estava lendo, mas ela é a viciada em romances oficial da Revista 21. Ela sempre lê e me recomenda os livros mais doidos e mais legais e você pode conferir tudo isso na conta de resenhas do Instagram @kalitareads. Melhor saber com quem entende do assunto!
ps.: depois escrevo sobre coisas que eu entendo de verdade: doramas de romance, meus favoritos.
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