Espelhos e devaneios: se eu tivesse que falar de amor
Sempre que sento pra escrever acabo falando de amor. Dessa vez hesitei em deixar as palavras fluírem, é cansativo sempre falar das mesmas coisas e perder sempre a esperança de uma mudança para melhor. No entanto, entre a insegurança de crescer e a descoberta do olhar para si, a falta de amor também é algo que pesa em nós, jovens adultas nascidas nos anos 2000. Crescemos sonhando com romances. Vimos isso nos filmes que passavam na Sessão da Tarde, nos livros que eventualmente caiam em nossas mãos. Não sei bem como é que começou, mas em algum momento da minha adolescência eu aceitei que talvez nunca fosse viver algo assim. Nunca recebi nenhuma cartinha de amor. Faz uns três dias que abro esse arquivo e fico olhando o cursor piscar perdido na página. No final de semana passado fomos tirar as fotos do ensaio de formatura. Quando a maquiadora tirou o pincel da minha cara e disse que eu já podia me olhar no espelho, tremi. Pensei se eu enfrentava aquilo ali mesm...