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Não sou a garota com quem você se casa

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Abro a pasta da revista 21 no meu computador e já me sobe aquele quê de adolescência. Talvez porque a gente sonhava com isso de tão tenra idade, talvez porque ainda temos esse ar de juventude envolvendo nossos dias e planos. E sempre acabo escrevendo sobre as coisas que eu queria dizer naquela época e não sabia como. Engraçado é perceber que nossos eus adolescentes nunca vão nos deixar por completo. Tive uma fase de odiar filmes de romance, ouvir rock cristão e falar que nunca ia casar. Depois descobri os doramas, deixei de ler só distopias para jovens adultos e aceitei com prazer as indicações de livros de romance que a Kálita me enviava no Whatsapp.  Aceitei tanto essa nova parte de mim que agora escrevo uma lista dos meus filmes clichê favoritos. Algum dia explico o porquê de cada um, por hoje vocês vão ter que se contentar com essa belíssima lista para dias deprês. Segue:  Pride and Prejudice (2005), Love, Rosie (2014), You’ve Got Mail (1998), When Harry Met Sally (1989), ...

Eu já sonhei em ser estilista

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Antes de entrar na fase “tudo menos rosa”, eu era uma garota apaixonada por moda e roupas extravagantes. Minha mãe era assinante da revista Marie Claire e eu passava horas olhando os looks , os ensaios incríveis e as modelos que nunca foram parecidas comigo. A obsessão era tanta que eu guardava recortes de todas as roupas que eu considerava as mais estilosas em uma pasta. Eu cresci durante os anos 2000 então acho que dá para imaginar o que tinha naquela pasta. Talvez hoje eu já não achasse aquele compilado de recortes tão bonitos, mas até os 11 anos aquele era o meu mundinho e meu sonho.  Eu fico pensando no quanto as influências de fora nos distraem da nossa verdadeira essência. A Kálita de verdade sempre foi um pouco esquisita e sempre gostou de fazer combinações que nem sempre são óbvias. Ela sempre gostou de se fantasiar e se sentir uma pessoa diferente, dependendo da roupa que usa. Só que, com a chegada da pré-adolescência, eu fui por um caminho totalmente diferente, e depois ...

Espelho, espelho meu

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Era por volta de 2012, ano em que uma garotinha de 13 anos, deitada na cama, folheando as páginas de uma revista, sonhava com o dia em que ela teria um corpo magro (e esbelto) tal qual o das revistas teen da época. Com essa vontade havia uma frustação: olhar-se no espelho e ver dobrinhas na barriga, tão distante daqueles corpos dos editoriais. Essa garota tem um nome específico, mas certamente várias outras de nomes distintos ansiavam pela mesma coisa. Nesse ínterim de 2005 a 2015, o que mais se via nas páginas de revistas femininas para adolescentes eram jovens com seus 55 cm de cintura, 49 cm de coxa e 87 cm de quadril, cabelos lisos e dourados e olhos claros.   Desde a ascensão do corpo magro, por volta de 1960, até hoje, são imagens assim que prevalecem nas revistas femininas. Com isso, pode-se afirmar que essa característica encontra-se como um padrão de beleza historicamente demarcado. Bem sabemos que o que se vê nas revistas controla, até certo ponto, nossos desejos de ...

O que One Direction e Estilhaça-me têm em comum

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Que One Direction escrevia músicas sobre homens patéticos e apaixonados, todo mundo sabe, né? Mas eu só vim perceber isso cerca de um mês atrás, durante uma conversa com a Kálita. Naquele dia, eu também fiz uma playlist que mudou a minha vida ( que você pode ouvir aqui ), mas não é sobre isso que eu quero falar nesse texto. Em uma quinta-feira qualquer, eu cheguei do trabalho e resolvi que estava com vontade de rever os filmes da trilogia  Jogos Vorazes . Não sei bem o que me acometeu, mas sei que tinha um pingo de nostalgia de viver com o nariz enfiado em livros de distopias para adolescentes. Abri o bom e velho Amazon Prime e comecei a maratona que eu só ia terminar no domingo. Não bastasse rever Jogos Vorazes , coloquei o último livro lançado da saga na minha listinha de leituras e resolvi que era uma boa hora para reler a série Estilhaça-me . Uau, Dhara, uma viagem muito nostálgica! Se você não conhece, me deixe te apresentar: Estilhaça-me é uma série que começou como uma tril...

Em defesa da garota adolescente

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 (Just A Girl do No Doubt tocando no fundo) Garotas adolescentes são odiadas, e isso é um fato. Isso não quer dizer que não há pessoas que são mais odiadas por serem apenas elas mesmas. Mas o quero dizer é, garotas adolescentes sempre foram e até hoje são consideradas irritantes, chatas, exageradas, demais para esse mundo. Desde os seus 11 anos até os 17 (sendo gentil) a garota adolescente é uma inconveniência. Ela é sexualizada, ridicularizada, colocada num pedestal e depois queimada, ser uma garota adolescente nunca é certo.  Quando ela se veste com traços mais “masculinos” ela é estranha, quando se inclina para a hiperfeminilidade ela é estúpida, suas músicas são bobas, as bandas que ela gosta são vergonhosas, os livros que ela lê são péssimos. Ser uma garota adolescente nunca é certo.  Talvez seja por isso que sinto falta de ser uma garota adolescente. Há algo libertador quando nada do que você faz parece agradar. Dito isso, eu nunca fui muito “rebelde”, porém fazia c...